É estranho mas você com certeza já parou pra pensar que sobre a vida sabemos muito pouco ou quase nada, é estranho admitir que não conseguimos programar, controlar, garantir nada. Vivemos a maior parte do tempo como se tivéssemos tempo demais, baseado em garantias que quase nunca sabemos de onde vem, não sabemos se haverá tempo pro almoço mas discutimos o cardápio do jantar e até reclamamos a possível falta dele, ficamos com raiva por ter que separar o lixo na terça mesmo ainda sendo quinta.
Como se a vida fosse uma sequência lógica, dentro de uma linguagem definida, programada talvez, para atingir determinados objetivos. Mas a vida real não funciona com algoritmos ou linguagens de programação. Afinal, você certamente já experimentou a dor, o sofrimento nós deixa impotente, nos faz olhar a vida com desprezo, nos tira o controle, aquele trabalho que você tanto sonhou, e lutou pra ter, aquele amor que você idealizou, a companhia que você jurou que ser a melhor parte da sua vida, aquela viagem, aquela cidade, aquela mudança, e ter que percorrer alguns vários kilometros pra admitir que seu problema não era geográfico, aliás, nem precisou de geografia, raciocínio lógico, talvez a matéria que mais lhe prejudicou nas provas e vestibulares, tenha sido essencial pra te fazer entender que o problema não está do lado de fora está aí, enclausurado, confinado, em linguagem tecnológica armazenado no nosso coração, onde formatar não é uma opção, se a vida fosse lógica o reset resolveria.
Não! Não pense que a proposta aqui é trazer uma solução pra todos esse conflitos, talvez eu até lhe traga alguns outros com minhas provocações. Vale admitir que o processo talvez seja nosso melhor aliado, no processo tudo é aprendizado. Eu não sei como foi que minha vida mudou tanto, não sei o porquê de hoje eu me ver em um lugar que sinto não ser meu, não sei quando foi que me perdi, não sei quando foi que o leve da vida, aquele gosto gostoso de se viver se foram de mim.
É que nesses momentos de conflitos e incertezas o simples perde o significado, talvez a vida seja mesmo isso, nos voltarmos aquilo que é simples, que de fato importa, ter coragem de seguir em frente quando as coisas não estão bem, saber que hoje você pode ser o amor da vida de alguém, e amanhã ser o motivo de esse mesmo alguém não estar bem, e tá tudo bem também. Porque por mais que a vida seja essa de se programar a gente não vai controlar.
Dói admitir que já forçamos sorrisos, já engolimos o orgulho e até o choro por momentos, circunstâncias ou pessoas que nem valeram o esforço, mas tá tudo bem também... A gente precisa aprender a fazer dessa jornada momentos bons, até porque de fato felicidade como já disse alguém; não é destino, um lugar a qual se chega, talvez tenha mais a ver com um jeito que se vai. Medos, dores, traumas, saudades e amores, tudo junto em uma sequência não lógica a gente nem sabe definir.
Esse é só mais um texto, talvez não faça sentido pra ninguém, talvez seja só minha tentativa frustada de dizer que eu entendo... que eu sei como é, que como muita gente por aí eu também tô cansado, exausto talvez mas que também sei quem posso me tornar e que é possível fazer da jornada um lugar melhor.
