domingo, setembro 16, 2012

Ubuntu... O que deveríamos Saber!


Ubuntu é uma ética ou ideologia da África (de toda a África). É uma filosofia africana que existe em vários países da África que foca nas alianças e relacionamento das pessoas umas com as outras. A palavra vem das línguas dos povos Banto; na África do Sul nas línguas Zulu e Xhosa. Ubuntu é tido como um conceito tradicional africano. E de fato deveria ser um conceito que a maioria de nós se não todos nos, deveríamos não apenas saber mas aplicar, na verdade mais que isso fazer desse conceito nossa pratica de vida, Na Língua portuguesa Ubuntu poderia ser; "humanidade para com os outros". Uma outra tradução poderia ser "a crença no compartilhamento que conecta toda a humanidade"e ainda "Sou o que sou pelo que nós somos". Posso começar a minha observação relatando sobre a minha experiencia religiosa, pois é onde mais presenciamos total indiferença e falta de tolerância, afinal falar de tolerância religiosa é quase que raro, ou de fato impossível na verdade a maioria das pessoas hoje em dia tem certa dificuldade com a tolerância mesmo fora de um ambiente  religioso, na vida cotidiana presenciamos indiferenças, desdem, repressão, injustiças o mal prevalecendo contra o bem, o inocente sendo pisoteado pelo seu inimigo, e a sociedade sendo bombardeada diariamente por situações que nos trazem total desespero, angustia e agonia desde as nossas vísceras que geme e chora ao ver de longe o mundo desmoronar-se em meio a tanta injustiça, na verdade Ubuntu chama me a atenção pelo fato de que em sua tradução encontramos a chave não apenas para um bom relacionamento, ate porque o relacionar se para alguns seja ate menos complicado, e de fato isso soe um tanto quanto errado, ou ate acusariam me de generalizar, mas fica aqui a minha exceção, afinal alguns poucos sabem tratar com respeito e carinho qualquer ser humano mas se atentássemos ao seu significado seriamos de fato melhores uns para com os outros.

Quem soube definir muito bem e ainda levar adiante tal conceito foi o Arcebispo Anglicano Desmond Tutu; Uma pessoa com ubuntu está aberta e disponível aos outros, não-preocupada em julgar os outros como bons ou maus, e tem consciência de que faz parte de algo maior e que é tão diminuída quanto seus semelhantes que são diminuídos ou humilhados, torturados ou oprimidos.

Isso nos serve como um modelo exato de inclusão e tolerância mostra nos a responsabilidade devida a comunidade em si e ao próximo e isso esta alem de um regra de fé mas ligado diretamente a um entendimento sobre a natureza da comunidade humana. Para concluir segue uma historia que define o que tentei dizer 

Um antropólogo estava estudando os usos e costumes de uma tribo e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da tribo; então, propôs uma brincadeira pras crianças, que achou ser inofensiva.Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam sair correndo até o cesto, e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro. As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já!", instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.
O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces. Elas simplesmente responderam: "Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?" Ele ficou desconcertado! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda não havia compreendido, de verdade,a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?

Ubuntu significa: "Sou quem sou, porque somos todos nós!"

Atente para o detalhe: porque SOMOS, não pelo que temos...

O céu aberto de C. S. Lewis


Quem já leu C. S. Lewis sabe que a imagem das sombras é recorrente em seus escritos. De fato, ele teve várias experiências de céu fechado, que lhe renderam muitas noites sombrias. O raiar do dia, a vinda da primavera, a luz do sol vêm sempre associados à sua busca por joy: alegria, júbilo, festa, a pátria perdida. 

De onde veio esse anseio? Como ele, tendo sido ateu e materialista anos a fio, pode ser considerado, até hoje, o apologeta entre céticos, cujos livros se vendem aos milhares mundo afora?

Catedrático de Oxford e Cambridge de literatura inglesa, Lewis foi reconhecido por algumas obras de crítica literária. Porém, notabilizou-se pelas obras de ficção, pelas quais retrata de diversos ângulos a sua história de filho pródigo, crivada por ironias e alegorizada em “O Regresso do Peregrino”, numa alusão a Bunyan.

Um dos atores principais da conversão desse irlandês de volta ao protestantismo, seu colega em Oxford e grande amigo, J. R. R. Tolkien, criador da celebrada trilogia de “O Senhor dos Anéis”, era católico ortodoxo romano.

Outra ironia é que Lewis, que tanto falava em sofrimento, teve muitos problemas com o sofrimento na vida real. Entre as perdas sofridas estavam a sua mãe, um colega de guerra no “front”, seu pai, um grande amigo e, quem sabe a maior de todas, sua esposa, Joy. Suas terapias para lidar com a dor eram ler, escrever e debater literatura com os amigos.

Segundo “O Mais Relutante dos Convertidos”, de David Downing, a felicidade na infância durou do seu nascimento, em 1898, até o falecimento de sua mãe, que era o alento da família com o seu refrescante equilíbrio emocional. Seu pai sofria de depressões e flutuações de ânimo, e por isso foi tachado de sentimental. Sua mãe era professora de matemática, filha de um pastor protestante. Até que foi vitimada pelo câncer, quando Lewis tinha nove anos de idade. 

Depois disso, Lewis e seu irmão mais velho, Warren, percorreram vários internatos ingleses -- um deles parecia um campo de concentração e foi fechado com a internação de seu diretor por insanidade mental. Seu ambiente insalubre e sombrio, que “nem ao menos tinha biblioteca”, é retratado em “Surpreendido pela Alegria” (SPA), sua autobiografia. Voltou então à Irlanda para estudar no Colégio “Campbell”, onde foi perseguido por gangues.

Depois, ingressou no colégio “Cherbourg”, que era preparatório para a Universidade de Oxford. Nele, foi “adotado” por uma “mãe substituta”, que era espiritualista. Lewis descreve esse período como sendo a fase de queda em sua vida, em que pôs Deus em questão (cf. biografia de A. Nichola), principalmente pelo fato de Deus ter ignorado as suas súplicas pela cura da mãe. Tornou-se ateu.

Então, seu pai cedeu ao pedido de ter aulas particulares com William Kirkpatrick, que havia sido professor de seu pai. Lewis estudou com ele por três anos. Esse senhor, já idoso e ateu convicto, era muito admirado por Lewis, pois lhe dava uma formação nos moldes dos “clássicos”. Alguns autores que passaram a ler suas obras admitem que Lewis tornou-se um adolescente materialista “esnobe”, que tentava evitar Deus de todos os modos. Passou a apreciar as coisas tidas como racionais e científicas. Porém, continuava a manter a paixão pelos mitos e contos de fada. Foi assim que “tropeçou” num volume de “Phantastes”, de George MacDonald. Anos depois ele escreveria em SPA que esse livro “batizou” a sua imaginação de modo silencioso. 

Seus estudos em Oxford iniciaram-se em 1916. Já no ano seguinte, alistou-se para a guerra. No exército, fez amizade com o colega Paddy Moore. Depois de conhecer sua mãe e irmã numa folga, prometeu ao amigo cuidar delas, caso ele morresse. O amigo jurou o mesmo em relação ao pai de Lewis. Lewis acabou ferido por um estilhaço de bomba -- fato que o fez retornar a Oxford. Seu amigo morreu no “front”.

No mesmo ano em que publicou uma série de poemas bem “obscuros”, que não alcançaram sucesso, ele passou a sustentar a Sra. Moore e a filha e retomou os estudos.
Nos primeiros anos de bacharelado, sua alma entrava em crise, dividida entre o provedor de uma família e o estudante desprovido de mãe e com o pai ausente; entre seu lado racional e o imaginativo; o frio e calculista e o emocional. Tornou-se, assim, um ser em busca de algo que não sabia precisar. Ele também havia se tornado um platônico, pois via uma “guerra” sendo travada não apenas “lá fora”, mas “dentro” dele: entre o espírito e a matéria, que devia ser maniqueisticamente “domada”.

Os anos seguintes aos de 1923 foram de descoberta do desejo pelo oculto e o conhecimento pessoal de um poeta que muito admirava: Yeats. Contudo, acabou se assustando com o aspecto sombrio da casa do autor e o estilo de vida de seus donos, que eram espiritualistas. Decepcionou-se ainda com episódios de possessão (presenciados por ele em diferentes contextos), que o afastaram do ocultismo.
Ainda em 1923, Lewis se impressionava com a leitura de “Phantastes”. Ele escreve a um amigo de infância relatando a sua apreciação por tal obra. Havia se tornado um idealista e panteísta, depois de ler autores ingleses, que negavam a Deus, exaltando os ideais humanos e os potenciais da natureza.

Dois anos depois, conheceu J. R. R. Tolkien e registrou em seu diário que ele reunia dois “defeitos” que lhe recomendaram evitar: era papista (católico) e filólogo.
Foi em Oxford, também, que conheceu um grupo de amigos, sobre o qual observou que, para a sua surpresa, eram cristãos e, ao mesmo tempo, inteligentes!

Começou, então, a apreciar os escritos de Chesterton. À semelhança do ocorrido a esse autor (cf. “Ortodoxia”), ele era como um náufrago que saiu de uma ilha, para acabar regressando à mesma. Notou ainda, num retrospecto de suas leituras, que os autores que mais amava tinham o mesmo “defeito” de serem cristãos, inclusive MacDonald -- o que lhe parecia uma “traição”.

Assim, chegou à noite da Páscoa de 1939, em que Lewis saiu com esses amigos para conversar sobre Deus e o mundo. Porém, o argumento que o pôs de joelhos ao lado da cama veio de Tolkien. Ele o fez reconhecer que havia algo em comum entre os mitos, que eram a razão de ser daquele grupo: a narrativa sobre um mal assolando um povo e um deus que sai em resgate dele, sacrificando-se por ele (e algumas vezes, ressuscitando). Se todos os povos de todas as línguas, eras e culturas contam, em essência, a mesma história, então ela tinha de ser verdadeira. 

E então, Tolkien deferiu o golpe final: na história de Cristo, que tinha a mesma estrutura daquela dos mitos, o mito e o fato se casaram. A história da paixão é aquela que faz tudo se encaixar, dando sentido ao que se conta de forma profética por meio dos contadores de história de antes ou depois da sua vinda. A diferença de Cristo é que ele era real e sua história, verdadeira.
Iniciou-se, assim, um longo processo, que muitos não chamariam de conversão, por não ter envolvido qualquer experiência extraordinária. Contudo, representou, sim, uma guinada no caminho que Lewis estava trilhando. Quando estamos andando no sentido errado só podemos avançar se dermos a volta, retornando à estaca zero. 

O primeiro passo foi o reconhecimento da existência de Deus -- o que fez dele um teísta. Num segundo momento, ainda conversando com seus colegas, com os quais fundaria um clube, percebeu que esse Deus não podia ser uma força transcendental, sem nome ou face. Tudo indicava que ele deveria ser pessoal e interferir no mundo. Se não, como explicar fatos inexplicáveis, como o mal?

Foi em um passeio de motocicleta com o seu irmão ao zoológico, que Lewis, já convertido, finalmente reconheceu que Jesus é Deus. Diz ele, em “SPA”, que saiu não crendo em Jesus e voltou crendo.

Quando o processo se completou, sua imaginação se libertou, produzindo a riqueza de obras com as quais nos brindou, incentivando-nos a sair ao encontro dos que estão a caminho, usando uma linguagem universal.

Apesar de ter sido um converso “relutante”, Lewis não foi um converso inseguro ou hesitante; tanto que confessa que foi capturado por algo sobrenatural, que pôs o “self-made man” em cheque.

O cristianismo tornou-se para ele como uma grande casa com vários cômodos (cf. “Cristianismo Puro e Simples”). Com isso, era um dos mais livres convertidos, pois sua fé lhe permitia dialogar com todas as religiões e crenças; além de ser um dos mais apaixonados e convictos apologetas cristãos da história. Não praticava proselitismo. Antes, valorizava a sabedoria por trás de toda arte, cultura e religião humanas, desde as mais antigas, fazendo-as aflorar e apontar para além do céu fechado.

Para Lewis, melhor é ser um pagão que não conhece as verdades do evangelho, do que um cristão por demais familiarizado com elas. Nesse sentido, o pagão está mais perto de Deus do que o cristão nominal, que nunca se arriscou para fora do mundo construído a seu redor.

A prova de fogo da sua teoria de que o sofrimento é o megafone de Deus, que anuncia a “magia mais profunda de antes da aurora dos tempos”, é retratada no filme “Shadowlands”, nas últimas palavras de Joy, que ele desposou após o diagnóstico de câncer. Elas refletem as palavras de Aslam, ao explicar a morte às crianças em “A Última Batalha”: “Seu pai, sua mãe e todos vocês estão mortos, como se costuma dizer na Terra das Sombras. As aulas acabaram: chegaram as férias! Acabou-se o sonho: rompeu o amanhã!” (tradução própria).

• Gabriele Greggersen é missionária no mundo acadêmico e doutoranda em estudos da tradução pela UFSC. www.cslewis.com.br

sexta-feira, setembro 07, 2012

A preservação da vida “sustentabilidade”


Hoje presenciamos tantas manifestações, a favor do meio ambiente, hoje já não se fala em outra coisa e de fato até é bonito de se dizer “Sustentabilidade”, até quem nada sabe se pega a falar; podemos ver em meio a uma sociedade narcisista e consumista ao menos um pouco de sensibilidade, ou de fato muita hipocrisia. Na verdade vemos uma luta desleal do sujeito criador x sujeito destruidor que na verdade de fato o mesmo é. O que se pode perceber em meio a essa sociedade que se manifesta em favor de tudo, mas não sabe abrir mão de nada é apenas uma forma de mostrar-se, uma maneira de que todos saibam que estão em evidencia, na verdade nada mais é que um desejo de mostrar uma falsa preocupação assim como uma falsa ideia de intelectualidade.  Uma geração que não consegue abrir mão de facilidades, que não sabe da historia de seus ancestrais, que não conseguem de maneira alguma viver uma vida simples e simples mesmo não podem falar em cuidado com a vida, com o meio ambiente, não podem falar em sustentabilidade, reciclagem, fazer passeata, um geração consumista e fria, uma geração fast food que deseja tudo ao mesmo tempo ao seu dispor, não pode fazer manifestações em nome dos direitos humanos sendo que somente os que de fato pra eles valem são os seus. Vivemos em um mundo cada vez mais voltado para a aparência, individualismo e as mídias sociais viraram o novo cartão de visitas para as empresas e para se destacar entre os amigos. Os homens têm uma voracidade, uma ganância doente que os leva ao recalque da realidade e à alucinação negativa.Na verdade existem tantas manifestações para chamar a atenção alheia e cada dia percebe-se menos falta de atenção à vida cotidiana. A ideia de querer manifestar-se, lutar por algo que de fato não fazemos nada para preservar é tola e porque não dizer insana, antes de realizar manifestações seria interessante abrir mão de todo tipo de facilidade, de tecnologias que facilitam a vida humana, mas acabam de fato com o meio ambiente além de bestializar o ser humano e o render a dependência do vicio tecnológico, pra que falar tanto de direitos humanos quando nossa geração não sabe respeitar o próximo em um pais onde os direitos humanos só entram em vigor a favor de corruptos e bandidos? Quando em um século onde temos milhares de amigos em redes sociais porem contatos pessoais poucos ou quase nenhum, como exigir mudança de uma geração que se consome no consumismo e na luta de simplesmente esta em evidencia? Vemos em nossa geração um narcisismo excessivo o que dificulta uma vida satisfatória e atrapalha na hora de conhecer novas ideias e culturas, além de aumentar, e muito, a frustração quando algo dá errado, ou quando recebe uma crítica! Falar de sustentabilidade quando não conseguimos um dia sequer ficar sem a coca cola, o BigMac, a TV de led, o Ipod, Iphone,Ipad e outros ad, é de fato porque essa geração não sabe o que é uma atitude sustentável aquilo que os ancestrais preservaram em sua maneira humilde, simples e chata de se viver destruímos hoje com nossa frenética luta pela realização, utilizando se de tudo o que for possível para tal e depois pensamos que o simples fato de separar o lixo nos torna responsáveis pela geração seguinte,  define-se por “Desenvolvimento Sustentável um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades”. Acredito que essa geração mimada esta muito longe de compreender o que é isso, sim e isso inclui eu e você... É muito doloroso o contato e reconhecimento dos próprios impulsos destrutivos e a capacidade para a preocupação inclui esse reconhecimento. O reconhecimento do limite e da finitude é condição para a manutenção da vida.  Preservar o mundo para as gerações futuras supõe além do reconhecimento do outro uma atitude amorosa e generosa diante dele e isso esta além de meras manifestações, mas interligado penso eu a atitudes racionais que contribuam diretamente para a manutenção da vida assim como sua preservação.