quinta-feira, maio 26, 2016

Saudade no Olhar

Percebi dias desses que alguns olhares tem um quê de Saudade, que alguns rostos carregam consigo lembranças desconcertantes de um passado persistente, é desse inconveniente que não sabe o seu lugar e por pura persistência vive de tentar usurpar o presente. Ouvi dizer que há algumas lembranças que trazem consigo; cheiros, gestos, cores e sabores. Ouvi dizer que alguns olhares não sabem mais em qual direção seguir após se encontrarem com outros olhares, aqueles que não se limitam apenas a enxergar, mas que chegam a penetrar a alma. Alguns olhares por ai tem um quê de saudade. Dizem que só sobrevive na saudade quem consegue mata-la porque o sentimento só é bom quando morre,  morre pra que renasça mais uma vez, só pra gente poder matar de novo.
Dia desses eu percebi que saudade tem nome, que ela nasce na verdade por um laço que se fez, laço esse que prende sem apertar, que quando aperta não machuca. Dia desses eu ouvi dizer que a gente da nome é pra não se acostumar com a solidão, porque saudade quando aperta é tortura, a gente quer logo que acabe porque na amargura da falta é que a gente lembra que amar cura. Dia desses eu ouvi dizer que saudade é o coração pedindo abrigo, é o beijo insistente da boca que não quer outra boca se não aquela em que nasceu, do cheiro que não se perde em outros cheiros porque de único sabe de longe o cheiro que não é teu, do afago que nasce no sorriso que se deu.
É ouvi dizer que alguns olhares trazem consigo a saudade insistente, o desejo latente de reviver, de recriar, de se reiventar só pra aproveitar o curto tempo que se tem, antes que a saudade renasça, antes que a distância se faça e a solidão se crie.
Ouvi dizer que alguns olhares tem um quê de saudade, é só e na verdade a ausência de quem se ama, o desejo que se estende além de pele, alem da cama. É aquela coisa que a alma parece estar tao conectada que já não se sabe ser um se não for a dois.
É ouvi dizer por ai que meu olhar trás um quê de saudade, eu dei pra ela o seu nome e toda vez que ela aperta eu me esforço pra viver das lembranças, mas confesso é insuportável. Entao se puder vem logo pra cá deixa os nossos olhares se encontrar e essa saudade matar.

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